Reunião pública de 7/9/59 - Questão nº 569
Brilhando por luz de Deus, ainda mesmo nas regiões em que a escuridade
aparentemente domina, o amor regenera e aprimora sempre.
Podem surgir grandes malfeitores abalando a ordem pública, mas,
enquanto existirem pais e mães responsáveis e devotados, o lar fulgirá no
mundo, cooperando para que se dissolva a lama da delinquência na charrua do
suor ou na fonte das lágrimas.
Podem surgir crianças problemas e jovens transviados de todos os
matizes, mas, enquanto existirem professores dignos do nome bendito que
carregam, erguer-se-á a escola por santuário da educação.
Podem surgir doentes agoniados em todas as estâncias da vida, mas,
enquanto existirem cientistas consagrados ao socorro dos semelhantes,
levantar-se-á o hospital, como pouso da Bênção Divina para a redenção dos
enfermos.
Podem surgir criminosos de todas as procedências, gerando reações
populares pelos delitos em que estejam incursos, mas, enquanto existirem
juízes compreensivos e humanos, destacar-se-á o instituto correcional por cidadela
do bem, onde as vitimas da sombra retornem de novo à luz.
Podem surgir empreiteiros do ateísmo e do ódio, da intolerância e da
guerra, como verdadeiros alienados mentais, mas, enquanto existirem
sacerdotes e missionários da fé, com bastante abnegação para ajudar e
perdoar, luzirá o templo, nas diversas confissões religiosas do mundo, como
autêntica oficina de acrisolamento da alma.
É justificável, portanto, que a afeição não repouse, além da morte.
Para lá da fronteira de cinza, agiganta-se o trabalho para todos os corações
acordados ao clarão do amor sem mácula.
Mães esquecidas na legenda do túmulo transformam-se em anjos invisíveis
de renúncia, ao pé de filhos desmemoriados e ingratos, para que não resvalem
de todo nas tenebrosidades do abismo; esposas renascidas do nevoeiro carnal
apóiam companheiros desorientados no infortúnio, para que se restaurem no
tálamo doméstico; filhos, desligados do corpo físico, tornam, despercebidos, à
convivência dos pais, arrebatando-os às tentações do desânimo ou do suicídio,
e arautos de idéias renovadoras sustentam-se, em espírito, ao lado daqueles
que lhes continuam as obras.
Se te encontras, assim, em tarefas de sacrifício, não recalcitres contra os
aguilhões que te acicatam as horas, consciente de que a matemática do
destino não nos entrega problemas de que não estejamos necessitados.
Humilha-te e serve, desculpa e edifica, diante dos que se fazem
complicados instrumentos de tua dor.
A prova antecipa o resgate, a luta anuncia a vitória e a dificuldade encerra a
lição.
E embora se te situem as esperanças no agressivo espinheiro do
sofrimento, ama os que te não compreendem e ora pelos que te injuriam,
porque a Lei conhece o motivo pelo qual cada um deles te cruza os passos, e
erguer-te-á o ânimo, aqui e além da Terra, para que prossigas no apostolado
do amor, em perpetuidade sublime.