Encontrei no Livro da esperança, de Emmanuel (CEC), psicografado por Chico Xavier, uma mensagem que me levou a reflexões profundas e peço licença para compartilhar com vocês.
O texto encontra-se na lição número 14: “Cristãos sem Cristo”. O título por si só revela o equívoco dos que se designam seguidores de Jesus sem realmente segui-lo, dos que talvez nem compreendam de fato o que significa tomar para si esta denominação. Podemos estar caminhando pela vida com o título e sem Jesus, e desta forma, não o seguimos verdadeiramente, pois nos falta esforço, determinação, foco e vigilância.
Se levarmos em conta seus ensinamentos, veremos que todos se baseiam na pura caridade, no servir, no amor desinteressado e fraterno, primeiramente para com Deus, para conosco e para com nossos semelhantes. Esta é a base, este é o norte para edificarmos o reino tão sonhado, onde compreenderemos nossas dores, não nos sentiremos solitários, e teremos força e coragem para levar adiante nossa existência, apesar dos problemas, pois agiremos com retidão e bondade, trazendo paz para nossas consciências.
Sem compreender a necessidade da educação espiritual, que se desdobra beneficamente em todos os outros setores da nossa vida, saímos por aí, existência afora, a fazer valer nossa vontade viciada, doente e egoísta, acreditando que o título por si só basta, que só ele nos exime das responsabilidades de nossos atos, que vale ir contra o que o Mestre prega em essência, desde que carreguemos seu nome.
E foi assim que as grandes guerras se fizeram e ainda se fazem, ceifando vidas, famílias, sonhos...
Em nome de Deus e de Jesus, os homens se agridem e se matam, pois ainda vivem em adoração a si mesmos e seus desejos egoístas, separatistas e materialistas, pela sede de poder, de fazer valer seus desejos.
Quando o Mestre nos pede vigilância, sabiamente nos chama à observação focada e profunda a nossas atitudes, pensamentos, para seu controle por meio da oração que nos remete ao Criador, num processo simples que nos livra de grandes problemas a serem resolvidos a posteriori.
Levar a insígnia de cristãos é coisa muito séria, mas adotá-la sem realmente fazer jus a ela é mais sério ainda, uma vez que podemos atrasar a missão do bem e do amor na Terra.
Nas grandes batalhas da vida é quando mais precisamos seguir os exemplos pacíficos e fraternos do Cristo.
No texto da referida lição, Emmanuel cita os conquistadores, os piratas, os guerreiros e latifundiários que pediam e imploravam sucesso em seus feitos. Rogavam auxílio para o furto, à escravidão, à opressão, demonstrando claramente a falta de compreensão quanto aos ensinamentos de justiça, fraternidade e amor pregadas pelo Nazareno, pois, na verdade, seguiam os seus próprios valores e anseios egoístas.
Não é fácil pensar que talvez ainda continuemos a fazer algo bem parecido, sermos cristãos sem Cristo, todavia é sempre tempo de refletir, de mudar e progredir. Façamos a nossa parte bem-feita, criando exemplos positivos, levando Jesus aos corações da forma mais efetiva e perfeita, por meio de nosso exemplo e somente assim seremos coerentes e corretos com a escolha que fizemos, sendo verdadeiramente cristãos, com o Cristo sempre presente em nossas vidas.
Por Umberto Fabbri
Profissional de marketing, Umberto é orador e escritor brasileiro, morando atualmente na Flórida, EUA. Autor de diversos livros espíritas, dentre eles: O traficante (pelo espírito Jair dos Santos) O político (Adalberto Gória) e Bastidores de uma casa espírita (Luiz Carlos), ed. Correio Fraterno.