Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens.  (João 1: 4)

Jesus, ao se encontrar com Elias e Moisés, no Monte Tabor, demonstrou-nos, de modo incontestável, a Imortalidade do Espírito.

Jesus, após a crucificação, ao apresentar-se vivo a Maria Madalena, deixou-nos patente que a vida continua após a vida.

Jesus, no diálogo com Nicodemos, ensinou a diferença entre o que é nascido da carne e o que é nascido do Espírito, lecionando sobre a Imortalidade espiritual de todos nós, e que antecedemos ao berço e sucedemos ao túmulo.

Quando homenageamos os chamados mortos no denominado Dia de Finados, estamos, sob certo aspecto, enaltecendo a Imortalidade.

Precisamos pensar em termos de eternidade.

O conhecimento da Imortalidade conscientiza o ser para um comportamento ético elevado em relação ao seu próximo, tudo lhe fazendo conforme o padrão que lhe constitui ideal e que, por sua vez, gostaria de receber.

Nesse sentimento de solidariedade se encontra a meta desafiadora que deve alcançar no processo evolutivo e de autoiluminação. 

Todo um esquema de projetos para tornar realidade se apresenta a partir do momento em que a sua existência física adquire sentido, significado e finalidade, que não se interrompem com a morte orgânica, no seu incessante fenômeno de transformações moleculares. 

A visão imortalista enseja uma dilatação de objetos em relação à vida, pois que, logrado um patamar de valores e realizações, outro surge atraente, propiciando novos esforços que facultam o contínuo crescimento intelecto-moral do candidato decidido. 

Questões e circunstâncias afligentes, que se apresentam no contexto social como relevantes e que respondem por incontáveis conflitos geradores de infelicidade cedem espaço a legítimas aspirações de plenitude, que se colocam acima das questiúnculas cuja importância é-lhes atribuída, em razão de não passarem de frivolidades, desperdícios de tempo e de emoção. Isto porque, a certeza da Causalidade Divina e da Sua Justiça faculta uma real conscientização de conteúdos em favor do próprio futuro, que tem começo desde então. 

O conhecimento, portanto, racional, lógico e emocional, sobre Deus, sobrevivência e função do amor ao próximo, conscientiza o ser a respeito da sua humanidade e da destinação gloriosa que logrará no futuro1

 

E Emmanuel, Espírito, nos diz:

Eis por que para nós outros, que supomos trazer o coração acordado para a responsabilidade de viver, Espiritismo não expressa simples convicção de Imortalidade: é clima de serviço e edificação.

Não adianta guardar a certeza na sobrevivência da alma, além da morte, sem o preparo terrestre na direção da vida espiritual. E nesse esforço de habilitação, não dispomos de outro guia mais sábio e mais amoroso que o Cristo.

Somente à luz de Suas lições sublimes, é possível reajustar o caminho, renovar a mente e purificar o coração.

(…)

O problema não é apenas de saber. É o de reformar-se cada um para a extensão do bem.2

Os que estamos sintonizados com a Doutrina Espírita, temos a oportunidade de não somente saber como, mas também o saber para quê. Aprendemos a legitimidade em procurar bem-estar sem fugir ao estar bem consigo mesmo, na intimidade da consciência.

Examinando a existência sob o ângulo da Imortalidade é perceber o sentido da vida, conseguindo responder importantes questões de um autoexame: O que faço? Qual a minha origem? De onde vim? Para onde vou? Onde estou? Por que vivo? O que é minha vida? Para que o esforço?

E perceber o sentido da vida é crescer em serviço e burilamento constantes.

O ser humano é portador de uma destinação sublime: alcançar a plenitude que lhe está destinada desde o momento da sua criação.

Para consegui-la deverá empenhar todos os esforços, no que diz respeito à conquista do conhecimento e ao desenvolvimento dos valores morais que se lhe encontram em latência.

(…)

À medida que adquire o discernimento dos objetivos existenciais, desapega-se das paixões que o jungem ao eito da escravidão dos vícios primitivos que lhe remanescem no comportamento, despertando-lhe o interesse superior para outros valores existenciais que o exornam de sabedoria e de felicidade.3

À luz do discernimento espírita, a essência do ensinamento do Cristo desponta límpida para quem o desejar.

Aparece o Espírito como sobrevivente legítimo de todas as provações ou catástrofes por piores que sejam. O nada se esfacela. A Imortalidade triunfa.

Levanta-se no íntimo do ser a noção exata da vida una.

Todo vazio no sentimento e toda vaguidade da ideia quanto ao porvir desaparecem para sempre.

Não existem retórica de ilusões ou ficções de cérebros materialistas que resistam à lógica espírita. Ela é nossa base erguida na rocha. Nossa segurança sem limitações. Nossa fonte de tranquilidade. Nossa chave de vivência harmoniosa. Nossa esperança sem limites.

Raciocinemos em termo de eternidade.

Nós continuaremos vivos após a morte. Nossos entes queridos, tidos como mortos, estão vivos.

Por que buscais entre os mortos aquele que vive?4

Louvemos a vida eterna.

E disse-lhe Jesus: Porque me viste, creste? Bem-aventurados os que não viram e creram.5

 

[1]FRANCO, Divaldo Pereira. Momentos de consciência. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. Salvador, BA: LEAL, 1992. Cap.2, p. 22-23.

2XAVIER, Francisco, Cândido. Pão nosso. Pelo Espírito Emmanuel. 18. ed. Rio de Janeiro:FEB, 1999, Cap. No serviço cristão. p.12.

3FRANCO, Divaldo Pereira. Lições para a felicidade. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. Salvador, BA: LEAL, 2003. Cap. 17, p. 101-102.

4Lucas, 24:5.

5 João, 20:29.


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