Duelo
Em relação ao duelo, que era um costume na antiguidade, também ocorria um assassínio e um costume absurdo, digno dos bárbaros. E ao que sabia que iria sucumbir, era um caso de suicídio.
Com a civilização mais adiantada e mais moral, o homem tem condições de compreender que o duelo é tão ridículo quanto os combates que outrora se consideravam como o juízo de Deus.
Ao que se chama ponto de honra, em matéria de duelo, é a preponderância do orgulho e vaidade: dupla chaga da humanidade.
Quando os homens forem melhores e estiverem mais adiantados em moral, compreenderão que o verdadeiro ponto de honra está acima das paixões terrenas e que não é matando, nem se deixando matar, que repararão agravos.
Há mais grandeza e verdadeira honra em confessar-se culpado o homem, se cometeu alguma falta, ou em perdoar, se de seu lado esteja a razão, e, qualquer que seja o caso, em desprezar os insultos, que o não podem atingir.
Pena de morte
A pena de morte desaparecerá incontestavelmente, algum dia, da legislação humana e a sua supressão assinalará um progresso da humanidade. Quando os homens estiverem mais esclarecidos, a pena de morte será completamente abolida na Terra. Não mais precisarão os homens de ser julgados pelos homens.
Sem dúvida, o progresso social ainda deixa muito a desejar. Mas seria injusto para com a sociedade moderna quem não visse um progresso nas restrições postas à pena de morte, no seio dos povos mais adiantados, e à natureza dos crimes a que a sua aplicação se acha limitada. Se compararmos as garantias de que, entre esses mesmos povos, a justiça procura cercar o acusado, a humanidade de que usa para com ele, mesmo quando o reconhece culpado, com o que se praticava em tempos que ainda não vão muito longe, não poderemos negar o avanço do gênero humano na senda do progresso.
A pena de morte não foi uma necessidade em épocas menos adiantadas. O homem julga necessária uma coisa sempre que não descobre nada melhor. À proporção que se esclarece, vai compreendendo melhor o que é justo e o que é injusto e repudia os excessos cometidos, nos tempos de ignorância, em nome da justiça.
A lei de conservação dá ao homem o direito de preservar sua vida, mas existem outros meios de ele se preservar do perigo, que não matando.
Disse Jesus: Quem matou com a espada, pela espada perecerá. Podemos pensar que essas palavras consagram a pena de talião e, assim, a morte dada ao assassino poderia constituir uma aplicação dessa pena. Mas temos que entender que a pena de talião é a justiça de Deus. É Deus quem a aplica. Todos nós sofremos essa pena a cada instante, pois somos punidos naquilo em que havemos pecado, nesta existência ou em outra. Aquele que foi causa do sofrimento para seus semelhantes virá a achar-se numa condição em que sofrerá o que tenha feito sofrer. Este o sentido das palavras de Jesus. Mas Ele também nos disse: “Perdoai aos vossos inimigos”. E nos ensinou a pedir a Deus que nos perdoe as ofensas como nós mesmos sejamos perdoados, isto é, na mesma proporção em que houvermos perdoado.
A pena de morte imposta em nome de Deus é querer tomar o homem o lugar de Deus na distribuição da justiça. Os que assim procedem mostram quão longe estão de compreender Deus e que muito ainda têm que expiar. A pena de morte é um crime, quando aplicada em nome de Deus, e os que a impõem tornam-se culpados, como por qualquer outro assassino.
Referências:
O Livro dos Espíritos - Terceira parte - Cap. VI - Allan Kardec
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