Mantenhamos a vitalidade da Doutrina no âmago da nossa alma, vivendo-a, integralmente, no dia-a-dia do nosso caminho. Espiritismo é, também, vida, manifestando a ‘‘Vida Abundante.”


Diante da sombra não imprequemos contra a noite. Acendamos uma luz clarificadora e sigamos adiante.


Ante o obstáculo, não aprovemos o óbice. Contornemos a dificuldade e sigamos, resolutos.


Face ao abismo, não maldigamos a tentação da queda. Transponhamos o fosso e continuemos intimoratos.


Jesus é a nossa ponte de ligação entre a terra e o céu.


Jesus é o hálito que nos sustenta e a Sua mensagem de amor é a linfa poderosa que nos nutre, dulcificando-nos, interiormente, a fim de que possamos atingir o ideal colimado, que é o da nossa integração no espírito do bem.


Espíritas, meus irmãos!


Não somos estranhos peregrinos nestas sendas redentoras, mas antigos dilapidadores da palavra da fé.


Não nos encontramos mergulhados na carne por capricho do acaso. Renascemos para consertar, retornando para corrigir, reencentando a jornada para reaprender.


Ontem, açulados pela ilusão, desequilibramo-nos e, em sintonia com os dominadores do Mundo, transitoriamente, implantamos a mensagem da fé sob a chibata da impiedade. Em nome do Evangelho Restaurado, galopamos o corcel da ousadia destruidora, perturbando a conceituação da verdade, e por essa razão, nossos celeiros de esperança e paz, jazem vazios.


Desejando servir naqueles dias idos, mancomunamo-nos com a insensatez e semeamos a desídia e a intransigência para com os outros, ferindo-os fundo nas cogitações superiores. Agora choramos sem consolo e sofremos o acúleo de singulares remorsos.


Que fizemos de Jesus? Por que sepultamos a palavra soberana do Rabi Galileu nos túmulos dourados da mentira?


Retornamos aos sítios antigos para os joeirar.


Não somos outros viandantes, senão aqueles corruptores da verdade.


Não estamos diferentes ainda. Antigos negadores do Evangelho do Cristo, conquanto dizendo servi-Lo, aqui, de mãos dadas, tentamos reacender a lâmpada apagada do ideal, para que, então, ardam, novamente, as flamas da caridade e do amor da pureza e da humildade.


Não regateemos esforços. Não negligenciemos. Se necessário, troquemos a vida perfumada da ilusão pela áspera senda que conduz à Imortalidade Triunfante.


Mudemos a casula brilhante do realce pela cogula modesta da renúncia e do anonimato no bem.


Amemos para ser amados. Semeemos bênçãos para colher alegrias. Plantemos esperanças para que nossos pés jornadeiem pelos caminhos da segurança e, sobretudo, sejamos fieis ao Cristo, a fim de que o Cristo domine na intimidade dos nossos espíritos.


Não amanhã, nem mais tarde. Eis que soa nosso santo momento de ajudar e renovar-nos. Desdobremos esforços, começando cada um, intimamente, a tarefa de burilar-se, lapidando as imperfeições, para que, à semelhança do diamante puro, arrancado da ganga, do cascalho, reflete a luz, possamos refletir o sol da crença na sua pujança de claridade e em ideal de nobreza.


Espíritas, sois o sal da terra!


Espíritas, estais no portal da luz... Vencei-o, penetrando-lhe a aduana.


Jesus é o Caminho, a Doutrina Espírita é o estímulo para a jornada pela rota.


O Evangelho é a porta, a Codificação Kardequiana é a chave.


Jesus é o apelo, a Doutrina é o instrumento que no-Lo traz, outra vez.


Marchemos, amando, vivificados pelo elixir que flui do dever puro e santo, e, fascinados pelo estímulo contínuo da mensagem sublime e consoladora do Evangelho vivo e atuante, não desanimemos nem receemos nunca.


“Segui a paz com todos e aquela santificação sem a qual ninguém verá ao Senhor!” — proclamou Paulo aos Hebreus...


“Reuni os joelhos desconjuntados” e marchai resolutos — prosseguiu, conclamando.


Espíritas, meus irmãos:


Amai, servi, pregai e vivei a Doutrina do Cristo no altar de vossas vidas, para que, em breve, já não sejais vós a viver mas o Cristo vivendo em vós.


Eurípedes Barsanulfo

Franca-SP, 21 de novembro de 1970

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