Jesus, guia e modelo da humanidade, representa a perfeição moral pois é o ser mais puro vindo ao planeta Terra, do qual é o governador espiritual e preside os rumos do globo em que ele viveu, testemunhou, amou e sofreu.
Qualquer pessoa, desde que a isto se disponha e tenha vontade de o fazer, pode comprovar nos versículos registrados nos Evangelhos a intensa obra desenvolvida por ele nos anos de vida messiânica. Jesus, em tempo algum, duvidou ou se mostrou descrente ou sem confiança quanto ao amor de Deus; em nenhuma ocasião operou em proveito próprio ou solicitou privilégios, recompensas ou expectativas. Ele jamais recusou a cooperação dos trabalhadores menos respeitáveis oferecidos ou presentes nas circunstâncias que defrontou, mas ao contrário: até mesmo os conclamava ao trabalho conforme suas possibilidades.
Jamais deixou de atender as solicitações feitas com sentido, apropriadas e produtivas, nem chegando a enumerar ou atribuir grande importância às requisições irrefletidas que a ele foram dirigidas e nem ressentindo-se de atos menos felizes para com ele.
Jesus não discriminou pessoas, regiões ou recintos para conceder o necessário auxílio ou promover a transmissão de esclarecimentos, consolações e condução à reflexão. Sempre incentivou e valorizou os direitos humanos, especialmente aqueles provindos de Deus a partir das leis morais.
Ele nada fez que possa ser considerado inútil. Todos os seus ensinamentos da verdade foram realizados conforme a capacidade de assimilação dos ouvintes. A execução da sua missão não foi feita por ele de forma apressada, embora consciente da urgência existente em trazer para a humanidade os conhecimentos da vida eterna e como conquistá-la com melhor aproveitamento dos acontecimentos e das relações desde a atual existência.
Chamado de Mestre ou Rabi, não foi exigente ou utilizou a força, somente dialogou, esclareceu, provocou o raciocínio, propondo a reflexão pelas palavras e ações. Toda a lei divina transmitida por ele está contida e sintetizada na máxima do amor ao próximo, porque ela encerra e objetiva todos os deveres dos homens entre si.
Como Amélia Rodrigues cita, Jesus era o Peregrino cantor da Galileia, apresentando a chave da harmonia, da autorrealização, da valorização, em conceito simples, linguagem destituída de ornamentos, com lógica incomum, apresentando o amor, puro e descomplicado, como a única e eficaz solução para todos os enigmas, dissabores e conflitos.
Espírito poderoso, divino missionário, Jesus encarnou-se entre os humildes, iniciando por uma manjedoura, com o propósito de oferecer a todos os exemplos de uma vida simples, a qual, no entanto não associava simplicidade à falta de grandeza. Sua vida de abnegação e sacrifícios deixou na Terra marcas inapagáveis lembradas até hoje.
A grande figura de Jesus, como menciona Léon Denis no livro Cristianismo e Espiritismo, ultrapassa todas as concepções do pensamento. Em sua alma, de serenidade celeste, mácula alguma e nenhuma sombra são percebidas: todas as perfeições nela se fundem.
Como somente a verdade pode desafiar a ação e intervenção do tempo, conservando sua força e preciosidade, esta é a causa do Cristianismo perdurar até hoje. Jesus foi e é, positivamente, sua pedra angular e a alma da nova revelação.
Para Jesus, numa só palavra, toda a religião, toda a filosofia consistem no amor. O que Jesus quer não é o culto faustoso, mas um culto simples e puro, todo de sentimento, consistindo na relação direta, sem intermediário, da consciência humana com Deus, nosso Pai.
Ele afirmou a sucessão reencarnatória ou das existências terrestres, a pluralidade dos mundos habitados e a comunicação entre os homens e os Espíritos na erraticidade. A lei da reencarnação é encontrada em muitas passagens evangélicas, tais como na conversa com Nicodemos, no comentário sobre o cego de nascença, na referência sobre Elias.
Suas habilidades de clarividência, inspirações e dom de curar foram notáveis, as possuindo em elevado grau e intensidade. A partir de Jesus, o vencedor é toda e qualquer pessoa que supera a sua inferioridade moral, se engrandecendo quando se apequena para que outros cresçam e se desenvolvam, porque isto e muito mais foi lecionado por ele durante sua jornada na Terra.
Na magna carta universal dos direitos humanos ou código do monte no qual estão as bem-aventuranças, apresentado em inesquecível Sermão, Jesus propõe um verdadeiro poema de Amor aos inimigos, dilata os horizontes da afetividade, conferindo a ela um caráter universal. Cada ensinamento é verdadeira bússola apontando o caminho da redenção, é um desafio de não-violência, apropriado para aquela e para esta época. Quem o ouviu, e ainda hoje ouve, jamais se desimpregnará do seu incomparável efeito surpreendente.
Semeador Divino, Jesus deixa por onde passou as sementes de amor e fraternidade para que elas germinem em cada coração, cada Espírito, para florescer e frutificar uma humanidade mais solidária e respeitosa.
A atualidade do pensamento de Jesus, como afirma Joanna de Ângelis, surpreende os mais incrédulos estudiosos da problemática humana, por ter sido profundo conhecedor da psique, penetrando com segurança no íntimo do indivíduo e descobrindo as causas reais das aflições que o inconsciente de cada um procurava esconder ou dissimular. Ele não se permitiu desvios nem adiamentos. Enfrentou as questões com elevado critério de sabedoria, desnudando as mais intrincadas personalidades psicologicamente enfermas e propondo com rigor a necessária terapia compatível, elucidando quanto à responsabilidade de cada um e eliminando, com sua luz, a sombra projetada sob a qual muitas pessoas se ocultavam. Ele rompe os véus da ignorância moral, provoca um repensar mais burilado, converte a ação instintiva para uma interação responsável.
Jesus representou, e ainda hoje representa, desafios, amor, tolerância, honradez, justiça, dever, alegria, coragem, decisão, responsabilidade e o mais elevado teor de inclusão, especialmente quando conclama ao ide e evangelizai a todas as gentes.
Por Sonia Hoffmann
Referências
DENIS, Léon. Cristianismo e Espiritismo. Tradução de Leopoldo Cirne. 6. ed.
Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 1971.
EMMANUEL (Espírito); LUIZ, André (Espírito). Opinião espírita. Psicografado por Francisco C. Xavier [e] Waldo Vieira. Brasília: Federação Espírita Brasileira, c2013.
RODRIGUES, Amélia (Espírito). Vivendo com Jesus. Psicografado por Divaldo P. Franco. 2. ed. Salvador: Centro Espírita Caminho da Redenção, 2013.
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