Em nossa leitura diária da Revista Espírita, fomos surpreendidos mais uma vez com outro artigo abordando a questão da fase de *regeneração da Terra*. Com o título: Epidemia da ilha Maurício, publicada em julho de 1867, nos deparamos outra vez com a menção de grandes mudanças espirituais no cenário mundial do nosso planeta cujo desconhecimento quase geral de como verdadeiramente se dará, vem assumindo proporções místicas e proféticas, quando na verdade não passa de uma consequência natural do processo evolutivo da Terra e do seu entorno…


No post de hoje estaremos discutindo um aspecto deste grande movimento de transformação espiritual, concernente a possibilidade de um adiamento – uma “moratória espiritual” – que se iniciou em abril de 1857, se desenvolveu ao longo do século XX, e que deveria culminar no final deste mesmo século, para que uma nova fase evolutiva do nosso planeta começasse a raiar no início do Terceiro Milênio. Mas tal mudança não aconteceu. O que vamos abordar neste nosso post, é tentar entender duas coisas: _a razão de tal prorrogação e quando então se dará a tão esperada era da regeneração…


O Início de Tudo


Segundo a Espiritualidade Maior informara a Kardec, duas gerações ocorreriam até que a fase de transição fosse concluída e uma nova iniciasse ([1], p. 302). Neste caso, isto aconteceria por volta de 1970 se contarmos (levando em conta os dados da Ciência Social da época) o período de uma geração com a duração média de 55 a 60 anos. Mas aí uma situação curiosa aconteceu quando este momento chegou. Se não vejamos…


Se partirmos de 1857 até 1914/1917/1920, chegamos ao término da primeira geração, portanto, em plena Primeira Guerra Mundial. Num sincronismo quase macabro, vinte anos depois desta primeira grande guerra, outra, muito maior, envolveu quatro dos seis continentes do nosso planeta, transformando-o em um palco das mais terríveis formas de extermínios humanos, começando pelo Holocausto e culminando com os acontecimentos vergonhosos de Hiroshima e Nagasaki.


Nesse interim, levas enormes de seres humanos deixaram a Terra, enquanto outras vieram substitui-los compondo assim a tão esperada segunda geração. Como consequência de tamanha emigração e imigração de Espíritos, dos que partiram não tivemos mais notícias, mas os que chegaram promoveram um desenvolvimento tecnológico sem igual nas áreas de comunicação; controle; e industrialização, ao ponto de no final de 1960 realizarem experimentos demonstrando que era possível trocar, ao mesmo tempo informações, quase que em tempo real, entre diferentes máquinas eletrônicas (computadores) separadas a longas distâncias, para que, nos vinte anos seguintes, o mundo pudesse se interligar numa extensa rede global de comunicação (web) através da semente que a Internet havia feito florescer.


Mas Então Algo Aconteceu…


Todavia, mesmo diante dos avanços surpreendentes da Ciência, “forças negativas” continuaram a persistir em seus próprios desvarios, ao se utilizarem destas mesmas tecnologias para endurecer ainda mais os corações humanos ao promoverem, sutilmente, a transmutação do egoísmo, ainda reinante, em prazerosa e coletiva alienação a distancia. O que veio para unir passou a ser um instrumento para isolar ainda mais as pessoas de forma bem individualista, fornecendo mais alimento para o individualismo.


Infelizmente o prazo de conclusão da transição estabelecido pelos Dirigentes das Potestades Espirituais Superiores, não foi o suficiente para erradicar tanta ignorância, e aí aconteceu o inusitado: a fase final da transição, que tinha prazo para terminar no final do século XX, foi adiada…


Em julho de 1971, o grande médium mineiro Chico Xavier foi ao ar no programa Pinga-Fogo, da extinta TV TUPI, e falou que Jesus havia se reunido mais uma vez com o Conselho das Potências Angélicas em julho de 1969 (conforme Emmanuel havia previsto trinta anos antes), solicitando para que se estendesse a partir daí, por mais meio século, o prazo final da transição planetária. Como resultado, mais cinquenta anos nos foram dados como moratória de uma dívida espiritual moral contraída por nós, faltando pouco menos de trinta anos para que a fase de regeneração iniciasse.


Mas havia uma condição, nos informou o saudoso médium: isso só aconteceria se, nos próximos 50 anos – a contar de 1969 – os seres humanos não promovessem novas guerras globais se utilizando de armas nucleares. Aí sim a Terra deixaria de finalmente ser um lugar de provas e expiações para se desenvolver como planeta de regeneração. O novo prazo foi cumprido e concluído no ano 2019.


Nós Fomos Avisados Sobre Isso?


Sabemos, através do próprio Allan Kardec, que o lançamento do Livro dos Espíritos pôs em movimento o início do período da transição…  Enquanto o mestre lionês esteve encarnado, vários artigos entre 1858 até 1869 foram publicados na Revista Espírita falando a este respeito. Em todas as obras básicas da Codificação a questão da regeneração planetária foi abordada. No Evangelho Segundo o Espiritismo, por exemplo, vamos encontrar diversas referências a este tema, inclusive uma comunicação de Santo Agostinho, dada em Paris em 1862, onde ele afirma que a Terra chegou “(…) a um dos seus períodos de transformação, em que vai passar de mundo expiatório a mundo regenerador” ([3], p. 63). E vamos encontrar também, no último capítulo do livro: A Gênese, Kardec nos brindando com dois artigos extremamente reveladores: “Os Tempos são Chegados” e a “Nova Geração”. Tudo isso em meados do século XIX…


Aí vem o Espírito Emmanuel (*) o Guia Espiritual de Chico Xavier, entre agosto e setembro de 1938, e nos deixa uma comunicação no capítulo XXV do livro A Caminho da Luz, falando, entre outras coisas, que o planeta estava sim, passando por grandes modificações:


(…). Vive-se agora, na Terra, um crepúsculo, ao qual sucederá profunda noite; e ao século XX compete a missão do desfecho desses acontecimentos espantosos. ([3], p. 215) 


No entanto, ao final do capítulo anterior deste mesmo livro, outra informação apresentada também na mesma época, seria corroborada trinta e três anos mais tarde (1971) através de Chico Xavier no programa Pinga-Fogo, conforme já havíamos apresentado acima:


(…). Espíritos abnegados e esclarecidos falam-nos de uma nova reunião da comunidade das potências angélicas do sistema solar, da qual é Jesus um dos membros divinos. Reunir-se-á, de novo, a sociedade celeste, pela terceira vez, na atmosfera terrestre, desde que o Cristo recebeu a sagrada missão de abraçar e redimir a nossa Humanidade, decidindo novamente os destinos do nosso mundo. (Idem, p. 210).


(*) Não podemos esquecer também que foi este mesmo Espírito, através da mediunidade de Francisco Cândido Xavier, que nos relatou o movimento da primeira grande transição planetário em nosso planeta, no capítulo: Exilados de Capela, da obra supracitada…


Então, nós fomos ou não avisados? Acreditamos que mais do que avisados, levando-se em conta de que o próprio Cristo há quase dois mil anos atrás, já havia nos alertado que este momento de regeneração não só chegaria, mas que seria iniciado pelas mãos do Consolador prometido: O Espírito da Verdade. Para nós espíritas, quem seria este Espírito?…


E Agora?


Acreditamos que a razão do adiamento tenha ficado bem clara por nos convidar a refletir se estávamos ou não devidamente preparados para participar de um “banquete” cuja mesa já estava pronta para receber seus convidados desde que o período da moratória acabou; e isto responde, portanto, a nossa segunda questão: já estamos vivendo a fase inicial da era da regeneração planetária.


Ainda existe o risco de uma guerra nuclear? Enquanto os seres humanos habitarem este planeta, claro que tem! Mas agora, a “bola da vez” esta nas mãos do Cristo e de seus dirigentes. Ele está no leme do barco da regeneração, e por mais inconsequentes que ainda sejamos, antes que possamos causar qualquer desatino capaz de alterar o rumo desta embarcação divina, estejamos certos: seremos retirados dela.


Portanto, por já nos encontrarmos, a partir do segundo decanato do século XXI, na fase inicial da regeneração planetária e com tudo que ela nos promete, significa que temos agora a oportunidade de dar continuidade efetivamente a nossa evolução espiritual, minimizando as nossas mazelas morais; de melhorar um pouco mais a nossa forma de enxergar e entender o nosso próximo; e se ainda não temos condições de amá-lo, sem impor condições, que ao menos possamos compreendê-lo, exercendo aquilo que o nosso Capitão ensinou: “fazer ao próximo aquilo que gostaríamos que ele fizesse conosco”.


E agora, o mais importante: Se hoje estamos encarnados por aqui, é por que ainda existe uma oportunidade para permanecermos a bordo deste “navio da regeneração”. O que temos de nos preocupar agora, é o que teremos de fazer para continuarmos nele daqui para frente…


Saúde e Paz!


Referências:

[1] KARDEC, A. Revista Espírita, outubro 1866. Instruções dos Espíritos Sobre a Regeneração da Humanidade. Trad. Júlio Abreu Filho. LAKE, 2ª ed. 2018. São Paulo, SP.

[2] KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Tradução J. Herculano Pires. LAKE, 7ª ed. 1974. São Paulo SP.

[3] EMMANUEL/CHICO. A Caminho da Luz. FEB. 26ª edição. 2001


Por pesquisasespiritas.blog.br

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Lázara - 26/08/2024 15h40
Maravilhoso material para uma aula com os jovens obrigada
Lázara - 26/08/2024 15h40
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