Algum dia nos perguntamos quais são nossos maiores apegos?

Essa é uma questão interessante e, com certeza, a resposta varia para cada um de nós. Difícil aqueles que diríamos que a nada somos apegados.

Alguns temos demasiado apego a tudo que possuímos. Nada emprestamos, nem aos melhores amigos. Muito menos doamos alguma coisa.

Alegamos que nossos objetos, livros, roupas foram comprados com esforço do nosso trabalho. Também foram escolhidos com cuidado.

Dizemos, por vezes, que o apego emocional a essa ou aquela peça, nos impede o desapego. Aquele objeto nos eterniza alegres lembranças.

E nos apegamos à nossa casa, ao nosso carro, às coisas herdadas de algum parente querido, ou a um presente recebido em especial ocasião.

Dessa forma, justificamos nossos apegos argumentando que neles moram delicadas recordações, sentimentos, alegrias vivenciadas.

Não que não possamos ter aquela peça de roupa de nossa predileção, ou aquele móvel em casa, o adorno ou enfeite que sejam nosso xodó.

O que devemos nos questionar é: Qual o tamanho de nosso apego?

Se o carro, ou a casa, ou todas as nossas peças de roupa preferidas nos fossem subtraídas, qual seria nossa reação?

Podemos ter pequenos exemplos no nosso dia a dia: Como reagimos quando aquela blusa ou camisa preferida foi manchada na lavagem?

E quando o suéter preferido ganhou marca indevida na hora de ser passado a ferro?

E quando a peça de decoração quebrou, o móvel avariou, as coisas se desmantelam, qual a nossa reação?

Convenhamos: não podemos depositar nossa felicidade, nossas melhores energias naquilo que é finito, que é perecível.

Em algum momento haverá avarias, quebra, esfacelamento. Ou, inevitavelmente, nós iremos partir deixando tudo que ilusoriamente pensamos possuir.

Que tal se na próxima campanha de agasalho, de doação de roupas, incluíssemos um vestuário que gostamos muito, um daqueles que possuímos há anos?

Quem sabe poderíamos escolher um objeto de nossa predileção para doar a um bazar beneficente...

São pequenos exercícios de desapego que irão medir o nosso apego às coisas que dizemos serem nossas.

É verdade que temos o direito de usufruir de tudo aquilo que conseguimos honestamente adquirir.

Porém, poderemos estar criando dificuldades maiores quando esse usufruir passa a ser muito relevante em nosso caminhar.

Onde estiver nosso tesouro, aí estará o nosso coração, nos advertiu o Sábio de Nazaré.

Assim, assentemos nossos corações naquilo que verdadeiramente importa.

O objeto que quebra, a roupa que mancha, a joia que foi furtada, nada disso merece desmedida perturbação de nossa parte.

Afinal, tudo aquilo que pensamos ter a posse, apenas detemos por um tempo em nossas mãos.

Logo mais, tomará outro rumo, seguindo outros destinos.

Efetivamente, apenas aquilo que somos seguirá conosco, em definitivo.

Nosso saber, nossas virtudes, os sentimentos mais nobres constituem o que possuímos verdadeiramente, e que nos acompanharão onde quer que nos conduzam nossos passos, aqui, na Espiritualidade, em distantes paragens do Universo.

Redação do Momento Espírita

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