Na questão número 540, de O Livro dos Espíritos, dizem os espíritos: “É assim que tudo serve, que tudo se encadeia na Natureza, desde o átomo primitivo até o arcanjo, que também começou por ser átomo. Admirável Lei de Harmonia, que o vosso acanhado espírito ainda não pode apreender em seu conjunto!”. Essa resposta nos apresenta a integração de tudo na vida, onde eles citam do átomo ao arcanjo, ou seja do mundo físico ao espiritual.
Continuam os espíritos dizendo na questão 604; “Tudo em a Natureza se encadeia por elos que ainda não podeis apreender”, novamente levando-nos a pensar sobre essa profunda ligação do mundo físico com o mundo espiritual, ou extra físico.
Novamente, em O Livro dos Espíritos, a pergunta 607-a nos ensina: “Já não dissemos que tudo em a Natureza se encadeia e tende para a unidade?”
Essa análise mostra que existe uma unidade, que cientistas, como Albert Einstein, lutaram para apresentar na teoria do campo unificado, mas não conseguiram, enquanto aqui no mundo físico,chegar a uma conclusão.
No passado a Ciência bem como os cientistas eram por demais céticos perante tudo aquilo que não é possível mensurar dentro dos moldes científicos.
Não podemos afirmar que isso mudou por completo, pois a academia ainda continua, e assim precisa ser, uma instituição que verifica, testa, faz cálculos, e tudo que envolve o método científico, para então firmar um resultado.
Assim dentro dos aspectos espirituais da vida, não é possível no momento testar usando as mesmas ferramentas de análise.
Provavelmente, no futuro, a Ciência vai desenvolver metodologia que permita essa verificação. Hoje usamos a ferramenta da fé como forma de aceitar e vivenciar os conceitos e os ensinamentos espirituais.
Lembrando que a diferença básica entre ciência e fé nós podemos verificar na concepção da formação do mundo.
A ciência oficial entende que tudo começou por uma grande explosão dentro de uma forma aleatória, ou seja, do nada tudo iniciou… uma explicação um tanto vazia e sem fundamentos. A fé entende que esse início, seja ele como foi, se deu pela vontade de Deus. Esse Deus que amamos, que procuramos entender, e claro acreditamos sem uma comprovação, mas entendemos que sem Ele, a vida não teria o menor sentido.
A fé espírita diferencia-se de sobremaneira da fé religiosa clássica, pois a primeira se baseia nos princípios científicos aliada a existência de DEUS. Enquanto a segunda é imposta pois caso contrário, você estará tendo um ato de insubordinação a DEUS, o que para o Espiritismo isso não é lógico nem tão pouco racional.
Hoje inúmeros conceitos que a ciência não aceitava, pois carecia de uma análise mais profunda, pouco a pouco, encontram agora algumas bases que justificam o resultado, tais como, a oração para um doente, que melhora seu estado clínico, os pensamentos positivos e construtivos que ajudam a manter a saúde, enquanto os pensamentos de vingança, ódio entre outros provocam com o passar do tempo problemas de saúde.
A ciência psicológica até hoje não acredita na alma, ou seja, tudo é gerido e construído no cérebro, mas algumas escolas já estão admitindo que pode existir algo mais, ou seja, tudo dentro de nossa psique é fruto de uma inteligência extra física e que coligada ao cérebro produz nossas vontades, atitudes e respostas à vida.
O que atrapalhou muito, e ainda atrapalha essa união, ciência e fé, está na forma que nosso Mestre Jesus foi visto pelas religiões, algo imposto, um tanto agressivo e com um apelo político muito forte. Quando na verdade Jesus é amor, paz, trabalho e caridade.
Com o avanço da ciência nos séculos XVIII e XIX o processo intelectual ficou muito aguçado gerando, igual a um medicamento, um efeito colateral, ou seja, o ateísmo. Esse sempre existiu, mas não como temos hoje. Justamente em função do não entendimento do real sentido, e motivo da vinda de Jesus.
No universo que entendemos ser físico, passamos pelos reinos mineral, vegetal e animal. Como princípio inteligente que somos, despertamos pouco a pouco de imensa letargia,
até recuperar a razão e o livre-arbítrio, mas ainda simples e ignorantes, para então, vencendo nossas amarras com as paixões e ilusões da matéria, galgamos consciência para um patamar de nos reconhecer como filhos de Deus, a caminho da plenitude do espírito.
Prof. Wagner Ideali