O Espiritismo foi concebido para mostrar ao mundo a realidade espiritual, ou seja, somos e estamos rodeados de espíritos.
Como os espíritos disseram a Kardec, os espíritos interferem em nossas vidas muito mais do que imaginamos. Assim, vivemos envolvidos com espíritos, sejam bons ou deficitários moralmente, dependendo da nossa atitude mental no dia a dia.
Com a descoberta da mediunidade, onde Kardec procurou catalogar os tipos e as formas em que a mediunidade atua nas pessoas, tem mostrado que somente existe mediunidade se existir espíritos.
A influência dos espíritos sobre nós já é por demais conhecida e muitas casas espíritas mantêm um trabalho de desobsessão, ou podemos chamar de despertar de espíritos problemáticos, evangelização de espíritos sofredores, psicoterapia de desencarnados em aflição, por fim doutrinação dos mesmos, entre outros termos, mas que o objetivo é procurar fazer acordar os espíritos adormecidos, presos em suas conjecturas de curto alcance espiritual.
Na atualidade muitos companheiros de doutrina têm atenuado ou até mesmo removido das casas espíritas os trabalhos doutrinários baseados em atividades mediúnicas, informando que os mesmos não são mais necessários, ou que os médiuns não são confiáveis, ou até mesmo porque ficamos à mercê do animismo e isso iria atrapalhar a qualidade do trabalho.
Necessário lembrar com os estudos dos contemporâneos de Kardec, bem como com o próprio codificador, que o animismo vai diminuindo na medida que estudamos e fazemos nossa reforma íntima. E assim nos conectamos com a alta espiritualidade.
Se for mantido esse afastamento do trabalho mediúnico, estaremos então tendo casas espíritas, sem espíritos.
O trabalho de assistência social, cursos, passes, orientação doutrinária através de reuniões de palestras, bem como aconselhamento individual, formam algumas das caraterísticas das casas espíritas.
Importante que os dirigentes e organizadores entendam que centros espíritas precisam ter alguma atividade mediúnica, sejam elas de doutrinação, ou uma que chamaríamos de “conversa com a espiritualidade”.
Kardec precisa estar vivo dentro das casas espíritas ditas “kardecistas”. A trindade: caridade, estudos e mediunidade não podem faltar. Esses três aspectos são básicos e são os impulsionadores para entender melhor e mais profundamente a reencarnação, que sem dúvida é a base fundamental da doutrina espírita.
Importante lembrar que a mediunidade na atualidade, predominantemente consciente é de extrema importância, pois ela ajuda muito o médium no seu desenvolvimento pessoal dentro dos fatores: estudar, para se aprimorar cognitivamente e acima de tudo, elevar seu padrão moral.
Assim, é necessário manter o contato com a espiritualidade, lembrando sempre que a tarefa aqui no plano físico é nossa, eles podem nos orientar e até mesmo nos ajudar de forma muito sutil, e muitas vezes nem percebemos.
Lembrar ainda que a Mediunidade não se limita a casa espírita, mas em todas as nossas vidas, pois esse contato é permanente e assim permanente é a nossa necessidade de nos conhecer, estudando e vivenciando os ensinos de Jesus.
Wagner Ideali