Todo ano é a mesma coisa, fazemos novos projetos, temos anseios, a aquisição de um carro novo, uma promoção no emprego, melhores oportunidades, novas perspectivas para uma vida melhor. No entanto muitas pessoas esquecem do principal; sua vida espiritual. Fazemos planejamentos para as conquistas materiais, isto é, quando fazemos, mas as conquistas espirituais, normalmente legamos a segundo plano, abaixo transcrevemos um texto em que nos permite planejar, de maneira gradativa, nossa melhora interior para o ano que se inicia.


“Transformar uma afirmativa em pergunta é fundamental para o que precisamos saber. Afinal, Ano-Novo significa realmente vida nova ou é apenas mais um período de tempo que começa, no qual a única situação que não muda são as atitudes pessoais?”

Não nos interessará, neste trabalho, fazer um comentário sobre os defeitos que alimentamos anos a fio, e que entrarão conosco, intactos e fortalecidos, no novo ano que ora chega. A proposta de agora é elaborar um projeto de vida perfeitamente aplicável a cada um, a ser construído durante todo o ano e não de uma vez só, como preferem os afoitos.


JANEIRO – Para janeiro, podemos projetar a coragem de assumir desafios. Desafios para mudar, para encarar os problemas e buscar tentativas de solucioná-los definitivamente. Quiçá, a primeira grande tarefa seja a do autodescobrimento, que abrirá no íntimo as expectativas radiantes de um novo ser, de coração voltado para o infinito das potencialidades imortais.


FEVEREIRO – Fevereiro nos aguarda pra que assumamos compromissos, numa época em que é notória a fuga das responsabilidades e das tarefas valiosas no bem. O lar nos espera, a Casa Espírita aguarda nossa colaboração, o Planeta conta com as boas vibrações do ser renovado que pretendemos ser.


MARÇO – Em março, quem sabe trabalhamos em nós a paciência, como lembrete de não esquecermos das tarefas dos meses anteriores. Será preciso que a tenhamos para enfrentar as próximas que haverão de vir.


ABRIL – Abril, por exemplo, poderá nos pedir uma preparação para enfrentar o inesperado; para tanto, é necessário o amparo da prece, o hábito da meditação, a bênção da serenidade e o conhecimento das próprias forças. O inesperado pode ser uma grande alegria (será recebida com equilíbrio) ou uma profunda tristeza (estaremos confiantes em Deus, que nos sustentará a resignação).


MAIO – Maio pode ser o do exercício da fé e da esperança. É preciso saibamos esperar com equilíbrio e com ponderação, a fim de suportar as pressões das forças contrárias ao bem, que começam dentro de nós.


JUNHO – Em junho, se algumas derrotas anteriores tiverem acontecido, valerá a pena pensar: “__ Eu sou capaz, não vou desistir (vou persistir). Minha vitória é a meta final”.


JULHO – Será o mês da sensibilidade. Por ela, poderemos apurar o sentimento e ouvir canções nunca antes ouvidas, cantadas pelo silêncio da natureza; são as melodias da alegria e da tristeza, dos corações que sorriem por fora mas choram por dentro; dos que falam muito, mas que dizem mais pelo que não verbalizam.


AGOSTO – Em agosto, abrir-nos-emos para o novo, mas não o novo pelo novo, e sim pelas perspectivas que podem ser inauguradas ao se abandonar o velho.


SETEMBRO – Para setembro, acionaremos a vontade, esse leme vigoroso a dirigir nossa empresa mental. A vontade nos auxiliará nos passos decisivos da transformação pessoal.


OUTUBRO – Nos aguarda para que tratemos nossas doenças. Sem dúvida, seremos nossos próprios médicos, promovendo nossa cura pessoal, através de decisões justas, que nunca se esquecem que entre nós e a Lei do Amor existe o próximo, a quem devemos gratidão.


NOVEMBRO – Em novembro, abriremos os canais do Espírito, tanto do gesto de dar quanto do de receber. Atenção para um detalhe: a capacidade de receber vai crescendo à medida que nos abrimos para a coragem de oferecer o que somos de melhor.


DEZEMBRO – Finalmente, em dezembro, faremos uma auto-avaliação. O que foi conquistado, o que ficou faltando, para que saibamos sair de nós mesmos e colaborar com mais eficácia no concerto da perfeição. Emmanuel diz que “recolhendo-nos, veremos o limite de tudo que nos cerca; expandindo-nos, conheceremos o infinito que nos envolve.


Mãos à obra, portanto. Feliz Ano-Novo, e bom projeto de vida!”


FONTE:

O Reformador, Janeiro, 1996 – pg 14

Carlos Augusto Abranches

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