“A verdadeira felicidade está no ato de amar.

A paz é o  resultado do amor.”

Divaldo Pereira Franco

Fraternidade e Paz estão na essência de várias doutrinas religiosas, quer seja em seus fundamentos, quer seja em boa parte de suas práticas. Na doutrina Espírita, esse postulado se traduz por ser base da sua própria existência, enquanto uma forma de religação ao Todo: a Deus.

Fundamentados na fé em Deus, em Jesus e em toda Espiritualidade Superior, os espíritas procuram, de maneira humilde, praticar o bem a todos os irmãos; buscar a paz incondicionalmente, procurando a evolução espiritual por meio do amor ao próximo, amor à vida, do trabalho honesto e digno e das relações construtivas. Essa evolução espiritual se dá por meio do nosso progresso em numerosas encarnações, em que temos a oportunidade de aprender, superando desafios e buscando nos tornar espíritos evoluídos, espíritos do bem.

Segundo a Federação Espírita Brasileira, “o espiritismo é uma doutrina religiosa cristã de cunho filosófico e científico, cuja principal crença gira em torno da constante evolução espiritual do ser humano, através das reencarnações.”

O Espiritismo surgiu na França, em meados do século XIX, a partir de estudos e observações codificados pelo renomado educador francês Hippolyte Léon Denizard Rivail, mais conhecido pelo pseudônimo de Allan Kardec (1804 – 1869).

Como podemos constatar pelo seu conceito, o Espiritismo é uma doutrina religiosa cristã. Portanto, tem como um dos seus principais postulados o Amor ao Próximo que, em essência, abarca a Fraternidade e a Paz. Como sabemos, Jesus foi sempre um exemplo de Amor e Paz, ensinando na prática esses valores, por meio do amor ao próximo, da humildade, da caridade, do respeito às diversidades e de tantas outras formas de amor.

Apesar de entender a importância e reconhecer a necessidade que nós, humanos, temos da fraternidade e da paz, ainda não fomos capazes de perceber que esses valores são construídos primeiramente no nosso mundo interior, devendo reverberar posteriormente como um bem coletivo. 

Conforme acentua Francisco Cândido Xavier, pelo espírito de Emmanuel (2004, p.114): “É preciso honrar e louvar aqueles que se convertem em defensores e construtores da paz e da fraternidade, honrando-os com nossos gestos de compreensão e serenidade, convencidos de que só pelas raízes do entendimento poderemos sustentar a árvore da união fraterna, que todos ambicionamos robusta e farta.”

É nesse contexto de persistir acreditando nos valores tão importantes da paz e da fraternidade, que precisamos trabalhar e colocar todos os nossos mais sublimes e potentes esforços. Entender o outro como Irmão é fundamental para construirmos os alicerces do bem. E onde estão esses alicerces? Estão na caridade, na evolução moral, no compartilhamento de conhecimentos, na alteridade, na generosidade, na doçura, na ternura, no respeito, enfim, no cuidado conosco mesmos e, principalmente, no cuidado com o Outro, além, é claro, do cuidado com o nosso planetinha azul.

Se a paz e a fraternidade nascem em nosso interior e se expandem para fora, como nos ensinou Jesus, então cada um deve, primeiro, plantá-las e cultivá-las dentro da sua terra interior – a sua alma –  e a partir daí ajudar a semeá-las em outros corações e almas.

Concluindo, cito Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito de Emmanuel (2004, p. 114): “A união fraternal é o sonho sublime da alma humana, entretanto, não se realizará sem que nos respeitemos uns aos outros, cultivando a harmonia, à face do ambiente que fomos chamados a servir. Somente alcançaremos semelhante realização, procurando guardar a unidade do espírito pelo vínculo da paz ”

Que a Paz e a Fraternidade estejam em nossos corações e almas! 

Referências:

[1]  O QUE É ESPIRITISMO? Federação Espírita Brasileira. 

[2]  XAVIER, Francisco Cândido (pelo Espírito de Emmanuel. Rio de Janeiro: Fonte Viva, 2004.

[3]  KARDEC, Allan.  O que é Espiritismo. São Paulo: Livraria Allan Kardec, 1977. 

[4]  ______________ .  O Livro dos Espíritos. São Paulo: Livraria Allan Kardec, 1977.  


Carlos Elias do Prado

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