Se não sentes o frio da noite sobre o revolto mar das provações humanas, entorpecido na ilusão que te faz escarnecer da própria verdade, nossa lembrança em tuas mãos traz endereço errado.
Trecho de uma mensagem de André Luiz no livro “Evolução em dois mundos”.
Ao estudar o Livro Evolução em dois mundos, psicografia de Chico Xavier e Valdo Vieira, levou-nos a escrever algumas palavras sobre o ato de evoluir. Sendo esse ato a busca da melhoria interior e o despertar de nossa consciência.
O processo de evolução começa nos primórdios da vida física, e em paralelo a evolução espiritual que também ocorre aqui na vida física como também na vida espiritual.
Começando nos seres unicelulares até o homem primitivo, tivemos milhões de anos de evolução. A mônada celeste constrói suas estruturas ao longo dos milhões de séculos dando formas de vida diferentes, onde o princípio inteligente estagia para a aquisição paulatina de consciência.
Nos animais inferiores instala-se o denominado cérebro reptiliano, para defesa da vida e sempre em busca da aquisição de pequenina consciência de si e do seu entorno.
Nos animais superiores com o passar dos milhões de anos, instala-se o cérebro denominado mamífero dando início às emoções, proteção dos seus, e cada dia mais, a percepção à sua volta, por assim dizer.
Finalmente, através de um processo multimilenar, como nos ensina Joanna de Ângelis, algo em torno de 15 milhões de séculos, chegamos ao pensamento lógico racional, então o chamado cérebro Neocórtex. Nesse momento chegamos no ponto onde temos o pensamento lógico e racional.
Sabemos pelos ensinos espíritas, através de Emmanuel no livro “A caminho da Luz”, e por André Luiz no livro “Evolução em Dois mundos”, que esse elo perdido, apresentado pelas Ciências, que divide o ser irracional do ser racional, se opera na espiritualidade também ao longo dos séculos. Onde deixamos de ser um ser que vive em função dos instintos e passamos a viver em função de pensamentos, análises, decisões sobre nossos atos.
Mas sem dúvida, os instintos continuam a fazer parte de nossas vidas, pois sem eles tudo seria muito mais difícil em vários aspectos de nossa vivência.
Assim, nesse momento, após milhões de anos de estágios em vários reinos, na aquisição de consciência primitiva, instala-se o pensamento lógico racional, dando ao ser o poder de pensar e decidir e começar o processo de responsabilidade pelos atos.
Nesse estágio da vida, o planeta deixa de ser um planeta primitivo e adentra a posição de um planeta de expiação e provas. Passamos a adquirir em função de nossos pensamentos, palavras e atos, tudo aquilo que hoje conhecemos sobre culpa, ódio, egoísmo, orgulho, etc.
Nesse estágio de falta de conhecimento profundo da alma, buscamos paz, mas através dos valores transitórios da vida física, na conquista do material, nos comportamentos infelizes e tudo aquilo que nos prende ao mundo físico, em reencarnações muitas vezes de dor para o acordar para a verdadeira vida.
Podemos ver que a evolução, aqui no plano físico, tem operado ao longo de milhões de anos, como nos ensinam as Ciências, mas alguns pontos obscuros desse processo de evolução, somente serão entendidos com a união da Ciência com a Espiritualidade.
Nós, espíritos encarnados, estamos dentro desse processo de evolução. Encarnamos num corpo preparado a milhões de anos para que possamos usufruir do mesmo, para galgar degraus da escala evolutiva, buscando a paz interior, o conhecimento, a alegria sem mácula, o amor maior, e assim a verdadeira felicidade. Muitas vezes essa evolução passa despercebida por nós.
Assim, precisamos entender que não estamos abandonados, soltos, entregues à própria sorte, mas sim, temos o nosso Mestre Jesus como modelo maior para nos guiar. Ele disse: “Eu sou o caminho a verdade e a vida, ninguém vai ao Pai senão por mim”. Palavras profundas que não significam a personalização da vaidade, mas um conhecimento profundo, ainda inalcançável por nós, sobre o entender da vida e, portanto, a evolução. Enfim, de sermos uma criatura plena e feliz.
Prof. Wagner Ideali
Intuído por um amigo espiritual