"Outrossim o reino dos céus é semelhante ao homem, negociante, que busca boas pérolas. E, encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo quanto tinha, e comprou-a." (Mateus, 13:45,46)
O Reino de Deus não se encontra longe, nem em outras esferas físicas, tampouco nas mais distantes dimensões espirituais... Muitas vezes, o procuramos tão longe e não o encontramos; porém, quando voltamos o olhar para dentro de nós, vamos descobri-lo ali mesmo, na própria intimidade.
Em cada uma das criaturas há um espaço que alguns chamam de imo divino, outros de consciência, outros ainda de alma - um espaço ao mesmo tempo distante e perto, de difícil acesso e, no entanto, acessível a todos; um recanto consagrado onde sempre será possível encontrar a felicidade.
Nosso âmago sagrado não é nossa mente, nem nossas emoções ou sentimentos, mas, em verdade, nossa alma - a centelha divina por meio da qual testemunhamos tudo o que ocorre dentro e fora de nós.
Jesus não agia dividido, não visualizava somente o interior ou o exterior; antes, observava o reino íntimo, ou seja, a parte mais entranhada do ser.
Há os que pensam equivocadamente que o Reino dos Céus é uma dimensão pertencente ao extrafísico e, não um estado de alma.
Não devemos nos fixar na expectativa de que, conhecendo apenas como agem e vivem os Espíritos desencarnados, tanto os superiores como os inferiores, estaremos crescendo ou nos desenvolvendo espiritualmente. A respeito disso, não nos distraiamos por mais tempo nem nos permitamos continuar nessa ilusão.
Podemos dizer, metaforicamente, que o observador é a alma, e que o objeto de observação pode ser o plano físico e o plano espiritual.
A alma encarnada vive em uma dimensão física, entretanto carrega consigo o Reino dos Céus. O espírito desencarnado pode estar vivendo em uma dimensão metafísica, entretanto transporta também consigo o Reino dos Céus.
Dos três mundos aqui citados, o essencial e o de maior importância para a evolução espiritual é o reino íntimo.
Disse Carl Jung: "Olhe para fora e sonhe, olhe para dentro e desperte". Jesus comparou o Reino dos Céus a uma pérola de grande valor; aliás, a pérola é algo que está dentro da ostra, que fica dentro do mar.
O Reino dos Céus é de vital importância à vida do espírito, pois, quando desperto, tira-nos do sono de ignorância em que vivemos.