As vezes uma ideia, como a de uma descoberta, por exemplo, pode surgir em muitos lugares ao mesmo tempo.

Durante o sono os Espíritos se comunicam entre si. Quando se dá o despertar, o Espírito se lembra do que aprendeu e o homem julga ser isso um invento de sua autoria. Assim é que muitos podem simultaneamente descobrir a mesma coisa. Quando se diz que uma ideia paira no ar, usa-se de uma figura mais exata do que supomos. Todos, sem o suspeitarem, contribuem para propagá-la.

Desse modo, o nosso próprio Espírito muitas vezes revela a outros Espíritos, sem que disso nos demos conta, o que constituía objeto de nossas preocupações no estado de vigília.

Também, podem os Espíritos comunicar-se, estando completamente despertos os corpos, pois o Espírito não se acha encerrado no corpo como numa caixa; irradia por todos os lados. Segue-se que pode comunicar-se com outros Espíritos, mesmo em estado de vigília, mas isso ocorre mais dificilmente.

Duas pessoas perfeitamente acordadas podem ter  instantaneamente a mesma ideia, quando são dois Espíritos simpáticos que se comunicam e veem reciprocamente seus pensamentos respectivos, embora sem estarem adormecidos os corpos.

Há, entre os Espíritos que se encontram, uma comunicação de pensamento, que dá causa a que duas pessoas se vejam e compreendam, sem precisarem dos sinais ostensivos da linguagem. Poder-se-ia dizer que falam entre si a linguagem dos Espíritos.



Referência:

O Livro dos Espíritos – Segunda Parte – Cap. VIII – Allan Kardec

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