Já ouviram falar de melindre?

É uma palavra bonitinha que define o estado de espírito em que entra uma pessoa por possuir a suscetibilidade de se ofender, aquela cujo despeito ou mágoa a faz sentir-se ofendida pelo que outrem lhe diz (definições de dicionário).

Muitos de nós, eventualmente, nos melindramos (isso é fato), mas nem todos admitem que são facilmente melindráveis. Como saber se somos assim? Quando esperamos que amigo seja aquele que só diz o que queremos ouvir; quando achamos que apoio é somente concordância com aquilo que pensamos; quando imaginamos que qualquer controvérsia é ofensiva; quando qualquer coisa que se diga como pensamento pessoal soa como um dedo apontado em nossa direção, estamos sofrendo de “melindre”.

É bastante óbvio que o melindre é uma das facetas do orgulho, e como podemos dizer sem medo de exagerar que a maioria de nós ainda é orgulhosa, não é difícil que nos envolvamos nas teias do melindre também.

Analiso-me e questiono se também sofro desse mal… sim, concluo, muitas vezes melindrei com o ponto de vista alheio pensando que suas ideias eram uma crítica desconstrutiva ao meu próprio modo de ser. Mas bendito o tempo que traz experiências e nos amadurece! Hoje posso dizer que minimizei muito essa imperfeição, pois compreendi que me ofendo somente se assim o desejar.

Quando esperamos demais do próximo, o qual nem sempre tem o que nos dar e verdadeiramente não é obrigado a pensar diferente porque discordamos dele, nos tornamos suscetíveis de nos magoarmos desnecessariamente.

Recordemos que somos indivíduos com histórias diferentes! Isso deve ser considerado uma virtude, pois quão triste e desmotivadora seria a igualdade de personalidade e caráter! Crescemos por causa das diferenças, amamos por causa das diferenças, aprendemos por causa das diferenças.

Não nos melindremos tanto… o próximo tem direito de ser o que é sem que isso seja necessariamente uma ofensa dirigida a nós.

Vania Mugnato de Vasconcelos


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