Do ponto de vista material, a natureza é dividida em seres orgânicos e inorgânicos.

 

Do ponto de vista moral, é dividida em quatro graus.

 

Esses quatro graus apresentam, com efeito, caracteres determinados, muito embora pareçam confundir-se nos seus limites extremos. A matéria inerte, que constitui o reino mineral, só tem em si uma força mecânica. As plantas, ainda que compostas de matéria inerte, são dotadas de vitalidade. Os animais, também compostos de matéria inerte e igualmente dotados de vitalidade, possuem, além disso, uma espécie de inteligência instintiva, limitada, e a consciência de sua existência e de sua individualidade. O homem, tendo tudo o que há nas plantas e nos animais, domina todas as outras classes por uma inteligência especial, indefinida, que lhe dá a consciência do seu futuro, a percepção das coisas extra materiais e o conhecimento de Deus.

 

As plantas não têm consciência de que existem, pois que não pensam; só têm vida orgânica. Elas recebem impressões físicas que atuam sobre a matéria, mas não têm percepções. Conseguintemente, não têm a sensação da dor.

 

A força que as atrai umas para as outras é uma força mecânica da matéria, que atua sobre a matéria, sem que elas possam a isso opor-se.

 

As plantas não pensam; por conseguinte carecem de vontade. Nem a ostra que se abre, nem os zoófitos pensam: têm apenas um instinto cego e natural.

 

O organismo humano nos proporciona exemplos de movimentos análogos, sem participação da vontade, nas funções digestivas e circulatórias. O piloro se contrai, ao contato de certos corpos, para lhes negar passagem. O mesmo provavelmente se dá na sensitiva, cujos movimentos de nenhum modo implicam a necessidade de percepção e, ainda menos, de vontade.

 

Há nas plantas uma espécie de instinto. É, porém, um instinto puramente mecânico. Quando, nas operações químicas, observamos que dois corpos se reúnem, é que um ao outro convém; quer dizer: é que há entre eles afinidade. 

 

Nos mundos superiores as plantas são de natureza mais perfeita, pois tudo é mais perfeito. As plantas, porém, são sempre plantas, como os animais sempre animais e os homens sempre homens.



Referências: 

O Livro dos Espíritos - Segunda Parte - Cap. XI - Allan Kardec

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