Não, não há nada a comemorar neste 13 de Maio.
As pessoas determinam uma data comemorativa para um fato histórico que não aconteceu de fato. Na data de 13 de Maio, comemoramos a liberdade de quem, do que?
Sim, indubitavelmente a "abolição" da escravatura foi um marco, um divisor de águas que teve sua importância social. No entanto, a escravidão no Brasil deixou feridas que até hoje não foram devidamente cicatrizadas. Entre os antigos quilombos e as favelas de hoje não existe hiato, a mesma roupagem se perpetua na desigualdade causada por um regime que foi um verdadeiro rombo econômico a nível panorâmico.
Medidas estão sendo tomadas sim, mas a inserção social não acontece da noite para o dia. É necessário trabalhar o preconceito velado no imaginário popular que ainda subsiste. Na realidade, vivemos AINDA uma escravidão em outras roupagens, com novos contextos, velada e silenciosa.
Todos somos iguais em sua unicidade. Não é a cor da pele que designa o valor de uma pessoa, mas sim seu caráter, seus valores e referencias morais.
Sendo o Brasil um pais miscigenado, este não deveria apresentar racismo velado, pois compartilhamos uma genética em comum. Uma questão é o genòtipo e outra é o fenòtipo. Em outras palavras, o fenòtipo é o conjunto de características físicas "que aparecem visivelmente", mas pessoas que apresentam determinadas carateristicas fisicas podem apresentar um genòtipo de gerações anteriores, nossas raízes africanas, indígenas e de outros povos. Portanto, o racismo além de crueldade, é pura ignorância.
Além disso e infelizmente as desigualdades socioeconômicas persistem;. Muitos cidadãos ainda são sequestrados em seus direitos e rentáveis para os interesses de poucos.
Não, não há nada a comemorar neste 13 de Maio.
Texto de Soraya Rodrigues de Aragão. Copyright 2016
Créditos da imagem: Pixabay